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sexta-feira, maio 9, 2025
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O impacto que o bullying causa na sociedade e as suas facetas

Vou iniciar o assunto descrevendo o significado da palavra, bullying 

Segundo o Ministério da Educação (MEC) bullying, também chamado de intimidação sistemática, é “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas” é uma intimidação sistematizada, isso acontece entre pares, é intencional e repetitivo com a intenção de magoar humilhar e subjugar o outro.

O bullying é um tripé que envolve o agressor, vítima e espectador e tem sido muito frequente no ambiente escolar. Geralmente, os agressores não sabem lidar com suas emoções, a família não conseguiu impor os limites, ensinar cidadania e senso de empatia. Tem também os agressores circunstanciais, são pessoas que estão passando por questões dolorosas como:  pessoa da família doente, luto, divórcio dos pais, violência doméstica e, diante de todas essas angústias, dão vazão às agressões por não saberem lidar com esses sentimentos, com isso acabam utilizando o bullying como uma maneira de se sentirem vistos e empoderados, geralmente são reconhecidos como alunos “populares”.

A vítima nunca está em condições de reagir, é sempre o mais forte agindo sobre o mais fraco.

Existem várias formas de bullying: físico – são os beliscões, socos e rasteiras; verbal – é o mais comum, são os apelidos, provocações e  xingamentos; escrito – bilhetes,  pichações e desenhos humilhantes;  material –  onde são danificados os pertences da pessoa, quebram, roubam e escondem as coisas do agredido; Cyber bullying – é o bullying realizado nas redes sociais;  bullying moral – são as difamações e calúnias; social – quando a criança fica excluída do grupo, ninguém aceita fazer qualquer tipo de atividade com ela. Todos esses tipos mexem demais com o psicológico da pessoa.

As crianças que são alvos dos agressores podem ter consequências para o resto da vida, muitos não conseguem se defender e se culpam por não conseguirem, outros acabam se tornando agressores. Normalmente, as vítimas são pessoas mais quietinhas, tímidas e inseguras, esses adolescentes acabam reagindo com choro e se isolando do grupo. 

O adolescente que sofre bullying pode dar alguns sinais aos pais. Geralmente, eles não querem ir para a escola, queixam-se de dores, entram em estado de pânico porque preveem o que vai acontecer quando chegarem na escola, apresentam isolamento, queda no rendimento escolar, as vítimas têm seu nível de atenção reduzida porque estão sempre de sobre aviso para ver de onde virá o ataque. Alguns jovens têm ataque de fúria e agridem a família porque sentem que o ambiente é seguro para dar vazão aos sentimentos que ficam insustentáveis.   

Nessa ocasião, é importante o apoio da família sempre que o filho apresentar um comportamento diferente, algo pode estar errado, ele precisa ser acolhido e encorajado a compartilhar o que o incomoda. Diante dessa informação a família deve dar apoio e, principalmente, informar a escola para que esse jovem possa ter uma rede de apoio e, assim, interromper as agressões para que o sofrimento não aumente.

Os espectadores são aqueles que assistem e acabam rindo das atitudes do agressor, muitas vezes apresentam esse comportamento por terem medo de serem os próximos a serem agredidos. Porém, o agressor não age se não tiver plateia, uma das grandes conquistas do agressor é se sentir empoderado e reconhecido diante do grupo.

Os pais devem se atentar ao comportamento do filho e a escola também tem um papel fundamental nesse processo, os professores devem abrir espaço para que o aluno sinta-se confortável em expor suas ideias e, quando perceberem algum comportamento diferente, deverão comunicar imediatamente aos pais, essa união pode salvar vidas.

Vanessa Vigatto: é psicóloga, psicanalista, psicopedagoga e neuropsicopedagoga possui vasta experiência com crianças, adolescentes e adultos. É coautora do livro Família Cria, Escola Transforma.

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