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quarta-feira, maio 1, 2024
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DIA INTERNACIONAL DA MULHER: ELAS JÁ SÃO 62% NA ÁREA DE ARQUITETURA E URBANISMO NO PAÍS

A profissão de Arquitetura e Urbanismo no Brasil é, cada vez mais, feminina. O país possui, atualmente, 144.089 arquitetos e urbanistas ativos e registrados no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). A maioria são mulheres, 62% (89.867), enquanto 38% são homens (54.222). Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, o Conselho publicará um especial em seu site, diversas mulheres de destaque e outras “invisíveis” na profissão.

A profissão de Arquitetura e Urbanismo no Brasil é, cada vez mais, feminina. O pais possui, atualmente, 144.089 arquitetos e urbanistas ativos e registrados no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). A maioria são mulheres, 62% (89.867), enquanto 38% são homens (54.222).

Essa predominância tende a aumentar nos próximos anos, uma vez que a parcela de mulheres entre os profissionais mais jovens é bem maior. Na faixa até 30 anos, as mulheres representam 73% do total de arquitetos e urbanistas. Ou seja, quase três em cada quatro. Elas são maioria em todas as faixas etárias, exceto acima de 60 anos, em que 64% dos arquitetos e urbanistas são homens.

Para marcar a data, o CAU/BR publicará na Internet uma homenagem especial apresentando diversas mulheres de destaque e outras “invisíveis” na profissão. O conteúdo estará disponível, a partir de quarta-feira (dia 08/03/17), em: www.caubr.gov.br.

Entre as notáveis está a falecida arquiteta italo-brasileira Lina Bo Bardi, que há exatos 50 anos projetou o MASP (Museu de Arte de São Paulo), edifício sustentado apenas por quatro enormes pilares sobre um ousado vão de mais de 70 metros livres para desfrute de quem frequenta a avenida Paulista. “Na época os intelectuais não gostaram muito, mas o povo gostou”, afirmou certa vez. ‘Não procurei a beleza, e sim a liberdade”, disse, apesar do prédio ser considerado hoje um dos símbolos mais belos de São Paulo. Outra arquiteta que contribuiu muito para moldar o cenário paulistano é Rosa Kliass, autora do projeto paisagístico do Parque do Anhangabaú e do Parque da Juventude. Aos 84 anos, ela segue trabalhando, tendo feito vários projetos no norte do país, como o Parque Mangal das Garças em Belém, e o Parque do Forte, em Macapá.

Um destaque internacional entre as contemporâneas é Carla Juaçaba, do Rio de Janeiro, que em 2013 venceu a primeira edição do “arcVision-Women and Architecture”, prêmio internacional que busca evidenciar os projetos inovadores de mulheres que abraçaram a profissão. O foco do trabalho dela são projetos residenciais e culturais, como a instalação temporária do Pavilhão da Humanidade, feito em parceria com a artista Bia Lessa, para a Rio+20, de 2012.

A maior parte das arquitetas brasileiras, porém, segue anônima, o que inspirou um grupo de cinco estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasilia (Unb) a criar em 2014 o coletivo “Mulheres Invísíveis”. Gabriela Cascelli, uma delas, hoje já formada, explica que “a gente percebeu que a “falta de produção feminina” não tinha nada a ver com a ‘falta da produção feminina’, era na verdade a falta de dar visibilidade para essa produção que já existia”.

Entre elas, especialmente as mais jovens, há uma preocupação comum: tornar a arquitetura cada vez mais próxima das pessoas, ampliando a participação social da profissão. Por exemplo, a paulista Kaísa Isabel Santos, arquiteta e urbanista que trabalha com projetos públicos de acessibilidade, objetivando criar “autonomias” para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Outras, como as sócias Fabricia Zulin e Renata Coradin, trabalham em consultorias relacionadas à assistência técnica para projetos de reforma ou construção de moradia para pessoas de baixa renda.

A Arquitetura de Interiores também é uma tendência crescente entre as arquitetas. Especializada na área, em Boa Vista (Roraima), a arquiteta Lissandra Lima, 33 anos de idade, diz que o que mais gosta na profissão é desenvolver o lado criativo e intuitivo, “tendo a oportunidade de ver o mundo através de vários olhos, os dos clientes”.

O setor, entretanto, “é muito duro, dominado por homens, não só nos escritórios de arquitetura, mas também entre incorporadoras e construtoras”, disse ao jornal “The Observer”, em 2013, uma das mulheres de maior destaque na Arquitetura, a primeira a receber o prêmio Pritzker, o “Nobel” da área: a britânico-iraquiana Zara Hadid, falecida em 2016.

O Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (SASP) criou um grupo de trabalho para tratar exclusivamente da igualdade de gênero na profissão. Em documento recente, o grupo lista algumas diretrizes a perseguir, entre elas campanhas de conscientização e combate à discriminação/opressão na profissão, a igualdade salarial entre homens e mulheres (com atenção especial à mulher negra), “voz para as mulheres” nos debates da categoria e ações nas escolas. “A discriminação da arquiteta começa na sala de aula, passa pelo estágio e continua no emprego e no trabalho autônomo”, diz o documento.

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