O presidente da Estrela Carlos Antonio Tilkian fala sobre a indústria de brinquedos, a lei que proíbe a propaganda às crianças e os principais desafios da marca!
Por Redação
A marca Estrela está presente na me- mória de milhares de brasileiros, com 75 anos de história é a principal fabricante de brinquedos desde a década de 40 e nessa trajetória já distribuiu mais de 1,2 bilhões de unidades em todo o País. Entre seus brinquedos mais lembrados destacam-se o Ban- co Imobiliário, boneca Susi, Genius, Autorama e as famosas fabriquinhas. Houve uma época em que a empre- sa passou por uma forte crise, devido à concorrência asiática. Foi nes- sa época que o empresário paulista Mario Arthur Adler vendeu o controle da Estrela, empresa herdada de seu pai, a Carlos Antonio Tilkian, atual presidente da companhia. A principal missão do empresário foi superar a concorrência sem perder a qualidade dos brinquedos, através de redução de custos, e da transferência de par- te da produção para a China. Hoje o cenário mudou, a empresa voltou a
crescer e se consolidar. Fabrica de 550 a 600 itens novos por ano, além de renovar os brinquedos já existen- tes em 25% o que totaliza a média de 200 lançamentos por ano. Formado em Administração de Empresas pela FGV, logo que se formou Tilkian entrou como treinee na Unilever onde fi- cou por 17 anos na área de marketing e comercial, até chegar ao cargo de diretor comercial e depois assumir a presidência da Estrela. Em entrevista exclusiva à Mais Charme Tilkian fala sobre as maiores conquistas em sua carreira:
Qual foi o principal desafio que en- frentou no passado quando assu- miu a presidência da Estrela em um período de crise? Exatamente. Foi desafiante encontrar um modelo de operações para um se- tor até então muito afetado pelo pro- cesso de abertura das importações da
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Destaque Do Mês
Por Redação
O presidente da Estrela Carlos Antonio Tilkian fala sobre a indústria de brinquedos, a lei que proíbe a propaganda às crianças e os principais desafios da marca!
OUTUBRO 23
China. No início os produtos vieram de bai- xa qualidade e baixo preço o que ocasionou uma desestruturação do setor industrial de brinquedos em todo o Brasil. Tivemos de ga- nhar competitividade sem perder a qualidade do produto, em respeito ao consumidor.
Hoje quais são os principais desafios da marca? É a política tributária brasileira. No preço final de um brinquedo, 56% é imposto.
O acesso a jogos on line prejudicou a em- presa ou não? Não, eles são um complemento da atividade da criança, em geral da criança mais velha, até os oito anos, ela prefere o universo dos brinquedos. Hoje a criança utiliza muito do seu tempo em tablets, celulares e temos de buscar o equilíbrio, o brinquedo tem o seu papel e o seu mercado. Hoje as crianças têm as redes sociais como outra forma de entre- tenimento. Abrimos uma loja virtual no qual temos brinquedos em formato digital. Além disso, esse cenário nos dá a oportunidade de desenvolver produtos novos, que não pre- cisam ser somente das crianças brasileiras, mas do mundo, é um segmento que temos crescido.
Qual a sua opinião sobre a lei que proíbe propaganda voltada as crianças? Ela não foi aprovada. Existem entidades que de forma errônea tem defendido essa tese. Somos contra porque a propaganda para a criança já é regulamentada pelo Conar, no qual há uma série de orientações para o uso apropriado da propaganda para as crianças, já que ela não tem capacidade de discernir, além de ser proibido usar elementos que co-
ajam os pais a comprarem. Além disso, há outro ponto importante, se há anúncios na tevê às emissoras passam a investirem em programas infantis, quando não há patrocí- nio, ocorre o que já é uma realidade, tiram as programações infantis da grade, e deixam as crianças expostas a programas inapro- priados, com cenas de sexo e violência. Se você observar verá que a Rede Globo, Rede Record, não tem mais programação infantil, a única que mantém um pouco ainda é o SBT. Chega ser absurdo em um país onde temos tantos problemas graves como trabalho infan- til, violência sexual, onde somente 20% das crianças têm acesso a creches, no momento de maior desenvolvimento para ela que é até os 5 anos… É quase um desrespeito. Se qui- sessem se aprofundar melhor no regulamen- to do Conar tudo bem, agora proibir é um mal.
Quais são as ações sociais da Estrela? A principal é que a Estrela foi idealizadora e mantenedora da Fundação Abrinq, no qual sou presidente do conselho. Trabalhamos para crianças no quesito saúde, emergên- cia e proteção. Por exemplo, o personagem do Teleton AACD, produzimos e vendemos a custo, além de contribuir com doação de brinquedos para muitas entidades ao longo de todo o Brasil.
Qual o segredo do sucesso dos brinque- dos Estrela? Nossos brinquedos buscam não só ser uma fonte de entretenimento, mas ajudar no pro- cesso de educação e de formação, nunca expor a criança a um risco. O consumidor percebe isso. Conseguimos reunir uma equi- pe com a determinação de que essa história tinha que continuar